Essa dualidade,
Essa marca em meu sangue,
Essa maldição de família.
Esse sentimento que atormentou meu antepassados e que agora decidiu que é a minha vez de sofre-lo.
É sempre assim,
tudo parece tão bem,
antes do mergulho nessa espiral de angustias.
Dúvidas,
Incertezas,
Sofrimentos,
Todos nós passamos por isso.
Não importa a época,
não importa a idade,
não importam as circunstâncias,
a praga nós encontrará.
Há algo em nosso sangue que a atrai.
E uma vez desperta ela traz consigo
aflição,
desespero,
dor.
Já a vi arrasar quatro vidas,
Soube de outras duas arruinadas antes mesmo que eu viesse ao mundo.
E agora é minha vez de carregar o fardo
Desde nosso mal de família.
E se tudo acabasse agora?
Se meu sacrifício fosse o bastante para terminar o ciclo.
Se com isso minha dinastia pudesse seguir imaculada.
De bom grado atiraria-me a pira.
Mas de que adianta verter meu sangue se a maldição não será sanada.
Resta-me apenas resignar-me em silêncio.
Enquanto sou devorada por esse sentimento.
Enquanto definho pouco a pouco.
Até o dia de meu final lamento.
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