12.11.10

Resposta

Já faz tempo que os sonhos se perderam.
Já faz tempo que minha fé diminuiu.
Já faz tempo que ilusões se desfizeram.
Já faz muito tempo que cresci.
Os sonhos daquela época não correspondem aos de agora.
A fé antes inabalável, hoje questiona.
E a realidade é mais cruel que qualquer esboço que eu poderia fazer dela.
Faz tempo desde a primeira vez que esbarrei com seres abissais.
Que, de início, sedutores tentaram me separar de quem amo mais.
Demorou algum tempo, mas deles me livrei.
Porém, os abissais de hoje quem são não sei.

Se me tratas como a um inimigo declarado,
Por qual razão ocultas tua identidade?

Que tipo de criatura rastejante és tu,
Acaso achas que é manchando o nome de outrem que espiarás teus próprios pecados?

Acaso achas que todos são peçonhentos como tu?

Teu veneno já não me faz mal.
Tua língua putrefata já não mais me atinge.
A transcendi.
Eu cresci.

Podes ter quebrado um dos meus sonhos,
Mas de seus fragmentos nasceram outros
Maiores, mais belos.
Sonhos secretos e sonhos que confidencio apenas a quem amo.
E estes tu não irás macular.

Pois enquanto em tua insignificância
Tu covardemente te resignas ao anonimato solitário.
Enfrento-te de peito aberto,
Armada com coragem e retórica
Para afrontar tuas distorções da realidade
Contando com o apoio dos que me são caros.
Enquanto tu jazes na solidão.
E quando chegar à hora
De encarares o mal disseminado por teu veneno
Abandonada serás por teus pares.

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